sábado, 23 de dezembro de 2023

"Pois das cinzas fizeste beleza..."


 As letras, textos, poesias e canções tem sido pacientes comigo, nesse lugar de se reencontrar pra amadurecer, a beleza dos dias pode se render ao fantasma de se tornar alguém que vive só de normalidade, essa vida de ciclos bem pontuais. Se encaixar pra SER, se silenciar para continuar, se endurecer pra resistir.

Eu deixei de conversar com vocês minhas letras, por medo de serem um espelho doído, vocês contavam uma história que não é muito prática pra esse mundo, eu abandonei vocês em um quartinho distante em minha mente e em um HD que visitei essa semana.

Sabe eu deveria me desculpar com vocês mas de alguma forma eu sinto que foi tão necessária essa jornada, eu pude ser e viver mais do que imaginava, quando eu contava para vocês sobre as minhas tristezas e dores, eu achava que a beleza morava nesse lugar com neve constante. Mas tinha Sol também para eu reconhecer, sabe? Dias onde as cores iam voltar a reluzir minha íris.

Hoje ao voltar aqui faz muito sentido a frase que ficou como um looping por 3 anos em minha mente: "pois das cinzas fizeste beleza" e é verdade tem muita beleza na dor e processo, mas sabe o que vivi: havia uma primavera me esperando, nela eu me refiz, nela eu existi, nela eu conheci novos nomes, nela eu abri os olhos de uma forma nova.

Então minh'alma eu te convido para ser novamente minha amiga, tenho 3 pessoas pra te apresentar e sei que todos nós vamos nos dar muito bem. Eu me reconcilio com você Beleza!

Com amor, o Kamui ( meu antigo nome, lembra né?) que é o Doug agora.

Vamos juntos! Ninguém mais precisa ficar sozinho :)

quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

Saudade


Hoje perco o medo de dizer teu nome, mesmo sabendo que anda de mãos dadas com a memória e em um assalto nos toma todos os sentidos, faz da ampulheta tua filha, que lhe serve bem. Nesse contemplar tua face, as dores parecem mais forte que amores: São os que dormem fora desse mundo, os que se encontram em distantes espaços geográficos, pedaços de sentimentos em forma humana que apelidamos como paixão até amor, em fluxo contínuo, tudo passa por ti.
Sem remorso você então bate sempre a porta, pedindo entrada me dizendo: - o que seria do homem sem minha presença?
Ainda pensativo e incerto se te quero aqui, respondo: - tem razão SAUDADE.


segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Fragmentos




Você encontrou minha história, meus medos, dores, sonhos e amou de forma única cada fragmento que compõem meu eu. Você zelou por minha família e meu país, olhou para nós e soprou tuas boas notícias, do seco fez plantações, onde havia só trevas, trouxe teu abraço de luz e cor. Obrigado por acreditar em tudo o que compõe meu universo, eu te pertenço para sempre sem medo. Agora nossa casa chamará eternidade.

sábado, 6 de janeiro de 2018

Crê_Ser


Profundo e assombroso é pensar na concepção da existência, uma fagulha ínfima e disforme terá direito a futuro, identidade e história.



No lugar/estado fora da forma eu já carregava eternidade em cada cromossomo, sem ter ao menos formado os membros que me fariam literalmente "andar pela vida", a tua vida se movia em mim.




Em sua perfeita dança da criação eu me via em giros, saltos, compassos com as batidas de seu coração, recebendo ali suas impressões de amor.




Tomado fui por seus sonhos que agora eram meus, como explicar?



Na imensidão da existência, a ampulheta da eternidade parou e percebi: serei sempre ÚNICO para ti!  

sábado, 15 de agosto de 2015

Hermes


Por muito tempo, meu medo sempre confrontou meus sonhos,
Fazia parte de mim, ter os pés fixos ao chão. 
Muitas vozes diziam que meu caminhar já estava todo traçado,
E nessa couraça de segurança aprendi a viver. 
Com pensamentos programados e futuro definido,
Vivia condicionado, atendendo a tais vozes,
Pois quando um de meus pés resolvia criar asas
Ecos e sussurros, achavam maneiras para me lançar novamente a minha camisa de força: realidade criada.
E quanto mais eu insistia, mais rotas confortáveis se abriam perante meu destino,
O apelo final das vozes era o que descreviam como: Vontade de Deus.
Lançando para cima de meus sonhos, uma sentença inegável,
Pois como eu poderia ir contra as forças que regem a tudo e todos?
Acreditei nisso durante anos infindáveis, sempre pensando que algo soasse estranhe nessa perene ordenança,
Até que um certo dia, decidido estava a confrontar todas as vozes,
Internas e Externas! Precisava enfim desligar o chip implantado em mim,
Ao tentar arrancá-lo a dor foi imediata, pois quem seria eu? Além do eu que foi criado e formado na escala da vida?
Em meio ao Caos de remexer na programação linear que me fora dada, percebi que seria alguém enfim com Escolhas,
Sim, escolhas que tivessem meu peso, medida e essência, nesse momento dei uma chance aos meus sonhos.
E óh como isso foi delicioso!
Sair do esquife, dessa horrorosa dama de ferro e gritar bem alto!
Um megafone de sentimentos ecoando a paleta de cores da minha alma.
Assim continuei sonhando, criei asas fortes, inquebráveis! Que pudessem resistir a nova jornada, e desse tempo em diante, pude abraçar meus maiores anseios, decidi assim que nem um medo, nenhuma voz e nem o tempo poderão bloquear, o que realmente quero ser...
E foi assim que eu nasci!




Flutu_Ar



Escolhas e caminhos achados pela vida,

O fluxo que segue nos leva rio abaixo, em um conforto improvável e desafiador,
Entregar - se ao "Chronos"em uma sublime espera, o ciclo vai continuar a trazer-me espelhos, para que encare face a face os desejos que compõem meu olhar,
Tenho medo do que possa ver, esses tantos eus que flutuam fragmentados em minha alma,
A dor do adeus, a felicidade dos recomeços, o caráter que foi dado, a curiosidade do erro, a imensa vontade de plenitude.
Ó rei deixe-me ficar aqui, para dançar feito cacique, para receber o cheiro de flor, para ver o pandeiro girar, para ser assim o filho do Sonho e Verdade.

domingo, 11 de maio de 2014

Solo

Na história que não escolhi e dos momentos que vivi,  percebi que sempre estive à procura de algo,
Talvez eu houvesse nascido com esse defeito, avaria: o desejo de partilhar,
Coisa latente que me pega ainda hoje, remoendo e doendo aqui dentro, tomando forma,
Os sonhos que habitam em minhas vontades, ficam sempre procurando outros moradores para tecer um sonho conjunto, crendo que tudo seria feito e completado na mesma medida,
Mas não é assim!
As vidas não se completam assim, os sonhos não são modulares, o seu especial pode ser o normal para o outro, sim as pérolas do seu desejo podem ser pedra pisável para outros...

E eu sempre jogo em outros meus sonhos, aspirações, desejos, clamando baixinho que eles se agarrem e partilhem comigo, essa ânsia de construir novos mundos, de uma rede de inconformados, outros sentinelas do amanhã.

Solo, no voo solo decido deixar de me apegar, pra voar solto, talvez só, mas de algum modo sem deixar de voar...