quinta-feira, 24 de julho de 2008

Reflexivo


Legenda: Young woman standing in garden holding mirror over face, night
Fotógrafo/artista: Elena Segatini

Somos meros personagens de um palco diário?
Esse baile de máscaras constantes torna-se um exercício desgastante, com eufemismos encobrindo as verdadeiras razões devemos ser “políticos”, fazer um “bom networking” e não esquecer que “QI” é tudo no mundo de hoje.
E sabe o que mais? É tudo verdade.
O firmamento do mundo já foi posto, essas práticas se tornaram verdades hoje, somos moldados pela corrente do mundo.
Fico pensando se já não nos perdemos...
Essa ficção diária que nos prende no ônibus pela manhã, na hora do almoço, nos corredores do trabalho, pela noite na faculdade, em casa...
Mas quando a porta do quarto se tranca e a solidão nos abraça, toda a maquiagem desbota, se desfaz como pó e vemos que nosso coração precisa sim é de verdade, ser apenas e nada mais que você.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Fluxos


Legenda: A child washing hands
Fotógrafo/artista: Tohoku Color Agency


Sinto um cansaço estremo desse nosso dna, não sei se é minha fase ou a fase do mundo que vivo, pode ser que minha era seja a da liberdade, do descompromisso. Talvez essa possa até mesmo ser uma conquista do ser humano, mas estou achando um saco esse nosso jeito “sou de ninguém e sou de todo mundo”,vale a pena manter tal postura?
Temos medo do compromisso, do abrir mão, de pagar o preço por aquilo que vai custar um pouco, o que vai desagradar ou mesmo nos fazer fazer ir contra nossa vontade.
Nos vestimos com a mentira,encobrimos os erros,alinhamos nossa estrutura ao desapego,acho que é por que se relacionar não é fácil mesmo,seja cultivar uma amizade,conservar a família ou construir um casamento.Tudo isso exige esforço mútuo,vontade de dar certo,transparência,cumplicidade,doação da forma mais sincera e solícita.
Repensar o relacionamento muitas vezes torna-se exercício necessário, olhar para a mobília interna e ver que o pó já se acumulou, mexer nas gavetas do coração, destrancar cadeados, estender ao sol os velhos lençóis de sentimentos, uma contante vontade e anseio de mudança, mas isso sempre à dois,esse querer tem que vir acompanhado de cuidado,aquela vontade de transformação.
O mais complicado é vencer a mágoa, o orgulho, aquela dorzinha contínua, nesse momento surge aquela vontade de curtir um pouco a vida a 1 – você e você.Mas esse é apenas um atalho perigoso,talvez essa dor se não tratada, com o tempo se torno algo amargo , que contamine todo o ser,o medo toma conta dos pensamentos,aquelas inúmeras hipóteses que surgem e que nos trancam nas solitárias da vida,ir para outro extremo que é já não querer pertencer a mais ninguém...
Mas desacreditar da vida e do amor é a pior coisa que poderá nos acontecer, jogar a construção do tempo num buraco negro,renegar sua própria história.
Temos que tentar, ir atrás do que poderá tornar-se felicidade,ainda que hoje um fragmento de incerteza, isso com um banho na fé há de tornar-se degraus para uma outra alavancada,subir para esse lugar que sempre sonhei.
Indesístivel, é assim que escolhi viver.