domingo, 11 de maio de 2014

Solo

Na história que não escolhi e dos momentos que vivi,  percebi que sempre estive à procura de algo,
Talvez eu houvesse nascido com esse defeito, avaria: o desejo de partilhar,
Coisa latente que me pega ainda hoje, remoendo e doendo aqui dentro, tomando forma,
Os sonhos que habitam em minhas vontades, ficam sempre procurando outros moradores para tecer um sonho conjunto, crendo que tudo seria feito e completado na mesma medida,
Mas não é assim!
As vidas não se completam assim, os sonhos não são modulares, o seu especial pode ser o normal para o outro, sim as pérolas do seu desejo podem ser pedra pisável para outros...

E eu sempre jogo em outros meus sonhos, aspirações, desejos, clamando baixinho que eles se agarrem e partilhem comigo, essa ânsia de construir novos mundos, de uma rede de inconformados, outros sentinelas do amanhã.

Solo, no voo solo decido deixar de me apegar, pra voar solto, talvez só, mas de algum modo sem deixar de voar...