sábado, 15 de agosto de 2015

Hermes


Por muito tempo, meu medo sempre confrontou meus sonhos,
Fazia parte de mim, ter os pés fixos ao chão. 
Muitas vozes diziam que meu caminhar já estava todo traçado,
E nessa couraça de segurança aprendi a viver. 
Com pensamentos programados e futuro definido,
Vivia condicionado, atendendo a tais vozes,
Pois quando um de meus pés resolvia criar asas
Ecos e sussurros, achavam maneiras para me lançar novamente a minha camisa de força: realidade criada.
E quanto mais eu insistia, mais rotas confortáveis se abriam perante meu destino,
O apelo final das vozes era o que descreviam como: Vontade de Deus.
Lançando para cima de meus sonhos, uma sentença inegável,
Pois como eu poderia ir contra as forças que regem a tudo e todos?
Acreditei nisso durante anos infindáveis, sempre pensando que algo soasse estranhe nessa perene ordenança,
Até que um certo dia, decidido estava a confrontar todas as vozes,
Internas e Externas! Precisava enfim desligar o chip implantado em mim,
Ao tentar arrancá-lo a dor foi imediata, pois quem seria eu? Além do eu que foi criado e formado na escala da vida?
Em meio ao Caos de remexer na programação linear que me fora dada, percebi que seria alguém enfim com Escolhas,
Sim, escolhas que tivessem meu peso, medida e essência, nesse momento dei uma chance aos meus sonhos.
E óh como isso foi delicioso!
Sair do esquife, dessa horrorosa dama de ferro e gritar bem alto!
Um megafone de sentimentos ecoando a paleta de cores da minha alma.
Assim continuei sonhando, criei asas fortes, inquebráveis! Que pudessem resistir a nova jornada, e desse tempo em diante, pude abraçar meus maiores anseios, decidi assim que nem um medo, nenhuma voz e nem o tempo poderão bloquear, o que realmente quero ser...
E foi assim que eu nasci!




Flutu_Ar



Escolhas e caminhos achados pela vida,

O fluxo que segue nos leva rio abaixo, em um conforto improvável e desafiador,
Entregar - se ao "Chronos"em uma sublime espera, o ciclo vai continuar a trazer-me espelhos, para que encare face a face os desejos que compõem meu olhar,
Tenho medo do que possa ver, esses tantos eus que flutuam fragmentados em minha alma,
A dor do adeus, a felicidade dos recomeços, o caráter que foi dado, a curiosidade do erro, a imensa vontade de plenitude.
Ó rei deixe-me ficar aqui, para dançar feito cacique, para receber o cheiro de flor, para ver o pandeiro girar, para ser assim o filho do Sonho e Verdade.